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Poesia de MANUEL ALEGRE (contemporâneo e vivo )
do livro Praça da Canção
Livreiro da Esperança
Há homens que são capazes
de uma flor onde
as flores não nascem .
Outros abrem velhas portas
em velhas casas fechadas há muito .
Outros ainda despedaçam muros
acendem nas praças uma rosa de fogo .
Tu vendes livros quer dizer
entregas a cada homem
teu coração dentro de cada livro.
Duas poesias de RUY BELO (1933 - 1977 )
Um prato de sopa
Um prato de sopa um humilde prato de sopa
comovo-me ao vê-lo no dia de festa
e entro dentro da sopa
e sou comido por mim próprio com lágrimas nos olhos
Necrologia
Portugal tem nove milhões de habitantes
Lisboa talvez tenha um milhão
Nada disso me pode consolar bem sei
Morreu antónio gião
eu não o conhecia nunca o conhecerei
Poema de dois versos de ALBERTO CAEIRO (heterónimo de FERNANDO PESSOA) de 8-11-1915
Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um é como é .
Poesia de RICARDO REIS (heterónimo de FERNANDO PESSOA)
(sem título )
Para ser grande,sê inteiro:nada
Teu exageres ou exclui.
Sê todo em cada coisa.Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive .
Quatro versos de MÁRIO DE SÁ CARNEIRO ( 18... - 19 3..,)
Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte do tédio
Que vai de mim para o Outro.