Sou um seu leitor assíduo de Saramago.Por razões diversas,de há três anos para cá,adoptei o hábito de ter em casa apenas livros que ainda não li.Uma vez lidos,ofereço-os(quase todos). Já me pus a questão de que livro escolherei quando ou se tiver que ficar apenas com um na estante.Hesito entre o Ensaio sobre a Cegueira e o As Intermitêmcias da Morte.
Ainda não li o CAÍM. Fá-lo-ei provávelmente neste próximo fim-de-semana.
Não sei o que a sua leitura me irá proporcionar. Tenho,no entanto, a expectativa de que recrie mais alguns personagens bíblicos, como o fez no Evangelho Segundo Jesus Cristo. Neste, pese embora às igrejas(católica e outras) e a muitos crentes, reinventa um Jesus Cristo tão humano ,tão superior ao seu pseudo- criador(Deus),que muitos ateus não desdenhariam inspirar-se nele.
As reacções ás afirmações de José S. , em Penafiel, no lançamento do livro , foram de tal forma violentas,insultuosas,desproporcionadas ,especialmente por parte de repesentantes das igrejas católica e judaica, que roçam o medo, o pânico perante o livre exercício do direito à liberdade de pensamento e expressão ,em geral,e em particular,no que diz respeito à(s) religião(ões).
Parece que "deus","religião","bíblia",e tudo que anda à volta disso,é indiscutível ou só os crentes e seguidores têm direito a ter opinião!
Parece que se tomam por um mundo à parte,fechado,blindado,dos sócios e que os outros nada têm a ver com isso!
Sentem-se ofendidos sempre que alguém nega ou duvida da existência de deus,da sacralidade da bíblia,dos milagres,de Cristo enquanto filho de deus,das aparições de Fátima e sei lá que mais ,ou seja,tudo o resto!
È sabido que os católicos pouco lêem a Bíblia e que as igrejas não gostam que se façam perguntas,se levantem dúvidas! E depois?
Os agnósticos ,os ateus,os crentes de outras religiões que vivemos na mesma casa ,na mesma localidade,no mesmo país,que trabalhamos em conjunto,somos da mesma família,fomos criados e educados nas mesmas tradições e cultura não podemos ter nada a ver com isso ?
È claro que temos e muito !
Basta de coutadas !
O único limite,só pode ser um ,aliás consagrado na Declaração Universal dos Direitos do Homem e na Constituição da República Portuguesa (artigo 13º):
1. todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
2. ninguém pode ser priviligiado,beneficiado,prejudicado,privado de qualquer
direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência,sexo ,raça,língua, território de origem,religião,convicções políticas ou ideológicas,instrução, situação económica ou condição social.
Falemos,pois !
+ União (83): Um acórdão digno de nota
Há 4 dias
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