O dinheiro do estado não vai chegar .E se chegar,vai ser ás mãos dos mesmos de sempre,dos que mais têm.A lógica é a mesma dos banqueiros:se tens empresto-te,se não tens, tem paciência !
Esperar pelo dinheiro do estado será mais ou menos a mesma coisa que esperar por sapatos de defunto:até lá(que pode ser o resto da vida de cada um)anda-se descalço.
Que fazer?
Mudar o funcionamento da economia,da sociedade,do estado, será a solução.
O que não sendo impossível,não è fácil,nada fácil.Essa mudança terá de ser tão profunda que será mais adequado chamar-lhe revolução(esperemos que pacífica ou pelo menos não muito violenta).
O capitalismo tem vindo a adaptar-se aos tempos e situações,consoante as necessidades da sua sobrevivência e desenvolvimento.As suas ,não as dos outros,isto è,da maior parte da população em cada país e a nível mundial.Tal como uma máquima programada para fazer chouriças pode ser alterada para fazer mais chouriças em menos tempo e melhor,o capitalismo tem vindo a produzir cada vez mais concentração de riqueza,nas mãos de cada vez menos.As Multinacionais andam pelo mundo a pôr e tirar governos,a pôr e tirar empresas(a chamada deslocalização) conforme lhe é mais conveniente:mão-de-obra mais barata,maior isençaõ de impostos,maiores facilidades(terrenos á borla,mais subsídios,legislação laboral mais flexível)mais lucro.Claro que vão deixando cair as migalhas que lhes permita continuar a produzir e ter clientes para as chouriças.Quando os consumidores já não têm com que as comprar,aí vem a chatice,a crise.
Tal como não é possìvel pôr uma máquina de chouriças a fazer sapatos,livros,ferramentas,cenoura ou mesmo um porco,o capitalismo por muitas alterações por que passe,não deixará de criar as desigualdades sociais que são a razão de ser da sua existência e sobrevivência.Ou não serà mais,capitalismo.
As revoluções nascem das crises,da insatisfação ,da revolta dos que estão mal e já perderam a paciência e não acreditam mais nas reformas das máquinas de fazer chouriças instaladas,porque o que querem é outra coisa e não só migalhas.Porque são eles que ao fim e ao cabo criam e produzem tudo(seja o que fôr) e ficam com quase nada(alguns) ou nada mesmo(a grande maioria).
Quando tudo parecia correr bem ,muito bem,a máquina emperrou,move-se aos solavancos,ameaça desarticular-se,implodir ou explodir. É a crise! Com o seu estendal de desemprego,dificuldades,míseria,fome.Os capatazes e mecânicos de serviço á máquina(governos e acólitos reformistas) bem se esfalfam,mas por cada buraco tapado ou peça substituida outras e mais graves avarias aparecem.
A insatisfação e falta de paciência,actualmente,é o que não falta por aí,por todo o lado,por todo o lado mesmo,como nunca se viu.O que também não è de admirar pois nunca o capitalismo foi tão omnipresente e dominante.
Pelo menos aparentemente,estão a reunir-se as condições objectivas e subjectivas para a mudança,para a revolução.Então o que é que falta?
Pelo menos aparentemente,faltam duas coisas essenciais:1- acordo entre os insatisfeitos (potenciais revoltosos)quanto a um projecto alternativo á máquina das chouriças-o capitalismo;Experiências anteriores parece não terem sido convincentes. 2- A consciência,a vontade,as formas organizativas(instrumentos) dos insatisfeitos que os transforme em revoltosos.
Estamos então num beco sem saída? Sim e não.
O capitalismo pode estar velho e caduco,irreformável mas ainda tem muita força (forças armadas, policiais e todos ou quase todos os mecanismos do estado e particulares essenciais á vida dos povos),não se renderá sem luta, ainda poderá fazer muitos estragos antes de morrer,se fôr atacado desordenadamente. Raramente os que dominam caem do poder ,como fruta podre.
Os insatisfeitos por seu lado estão divididos,desorganizados e ainda não convencidos de que è possível projectarem e construirem eles próprios uma máquina diferente,um sistema ,uma sociedade alternativa.
Até quando? Mais do que a previsão metereológica, è extraordináriamente falível prever o tempo das revoluções .Parece que vai chover e nem sempre chove.Parece que a revolta está para chegar... mas não chega.
Por vezes,quando tudo parece parado,inerte(qual vulcão aparentemente adormecido) acontece explosão.
Por vezes,"uma simples centelha incendeia toda a pradaria ".
+ União (83): Um acórdão digno de nota
Há 3 dias
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