terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Um sítio com natal todos os dias

Prefiro um bom desafio, a um convite. Daí assim o entender, o manifesto desejo do meu amigo FM para que, com ele, integrar a magnífica equipa designada por MELROS, mesmo sabendo à partida o quão difícil me será coorresponder ao mesmo. Mas enfim cá estarei, quanto mais não seja, pelo natal.

Com este intróito, fica assim, desde já, e entre todos nós acordado que, a não ser que alterem profundamente o calendário de festas religiosas, uma vez por ano, isto é, sempre que seja natal procurarei estar por cá.

Não esqueçamos que, como fica bem dizer, natal, é sempre que um homem quizer. Direi que; em qualquer hora.

Para os que gostam desta quadra, que são milhões, sinto como obrigação partilhar uma informação que os poderá fazer felizes.

Existe um local onde o natal, contrariando o que é usual em todo o resto do mundo, acontece todos os dias. Pouco tempo é verdade, mas lá que ele acontece, acontece - Gaza.

Como? Perguntarão. É simples. Tem a felicidade de ser vizinho de outro local que, esse sim descobriu a receita milagrosa.

Primeiro declarou-lhe guerra, mas, no pleno respeito da utilização de armas completamente autorizadas pela onu e suas congéneres. Para que a noite natalíssima seja mais iluminada, utilizam o fósforo branco - ao que parece muito mais barato e de acção mais duradoura que o tradicional vermelho. Coisas da crise.
Com esta e muitas outras armas - praticamente inofensivas para militares - criam então o caos, a destruição e a morte entre a população civil. Nada de mal há nisto, pois que nada mais é do que a preparação para a festa. E então o natal acontece.
Todos os dias, o organizador destes eventos festivos, dá ordens aos seus lacaios para que durante três horas interrompam a bagunça e o barulho. O pai natal aparece, e dirige-se aos hospitais pejados de civis, aos quais distribui presentes com base na morte, e as crianças, perdidas de sono, de dor e sofrimento, imploram-lhe que diga aos vizinhos que não parem com os bombardeamentos. É que se tal acontecesse, não terão natal no dia seguinte.

E pronto, termino por hoje. Sem dar por isso passaram duas horas e cinquenta e oito minutos, e ao longe ouço já as sirenes a avisar de que os lacaios estão a chegar para de novo "varerem" a vida das ruas.



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