terça-feira, 3 de março de 2009

Guiné-Bissau

O assassinato de Nino Vieira,Presidente da República da Guiné -Bissau,não me surpreende,não me comove,não me choca. E,no entanto,fui um seu admirador,nos tempos da luta de libertação movida pelo PAIGC contra o colonialismo português.
Quando em 1973 proclamou a independência da Guiné -Bissau,senti-me também, em parte,libertaddo da ditadura colonial fascista que em Portugal nos oprimia.Tinha e tenho a profunda convicção de que um povo que oprime outro,não é livre.E nós portugueses não eramos livres.As lutas de libertação nas colónias,foram decisivas para a nossa própria libertação.
Nino Vieira, foi um combatente valoroso na luta armada que conduziu à independência da Guiné. Combatente,guerrilheiro,militar.
Mas não um revolucionário,não um libertador dos povos da Guiné.
De Amilcar Cabral aprendeu a revolta,mas não a ideologia.
Do PAIGC tomou as armas e o poder,mas não a paz.
Nino Vieira não quis Cabo Verde e quis,despóticamente,a Guiné só para si.
Em vez de unir,dividiu,até ficar sózinho,só.Em vez de libertar,reprimiu,matou gente que fez dele herói.
Esqueceu-se ,se é que alguma vez o soube,que o poder das armas não conquista o coração dos povos.
Esqueceu-se ,como é comum entre militares e ditadores,que a violência destrói e mata,mas não os defende para sempre.

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