domingo, 31 de maio de 2009

Votar para o Parlamento Europeu

Tempos houve(antes do 25 de Abril 74) em que fui para votar e não me foi permitido.Eu, como muitos milhares de outros cidadãos,por não sermos da côr,eramos apagados dos cadernos eleitorais pelos esbirros do regime.
Por isso,desde que há eleições livres,nunca abdiquei de dar o meu voto, de contribuir para eleger aqueles que nos irão representar nas diversas instâncias do poder.
Podemos queixar-nos e lamentar que, por vezes, os que elegemos não correspondam às nossas expectativas.Ou que a participação do cidadão se resuma muitas vezes e só,a votar.E que daí para a frente,poucos ou nenhuns dos eleitos se preocupe em conhecer a nossa opinião sobre matérias que a todos interessam.
Mas pior que tudo será demitirmo-nos de ter opinião, permitirmos que outros usem e abusem do nosso silêncio.
O Parlamento Europeu será mais um sítio onde as nossas vidas estarão a ser jogadas.
Não me é indiferente quem fará o jogo.
A direita europeia tem sido maioritária e trouxe-nos ao actual estado de coisas,
que já está a sair-nos extremamente caro e penoso.Não creio que possa inverter o sentido de marcha ,sem danos ainda maiores.
Vou votar,mais uma vez , à esquerda.
O BE,PCP e PS têm bons candidatos .
Votar em qualquer deles será sempre preferível a não votar ou votar em branco ou nulo.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Pôr-do-sol na NAZARÉ









Para desanuviar das postagens anteriores,maçudas quanto baste,façamos uma pequena viagem ao passado - 14 de Março de 2009 - e à natureza ,com estas fotos gentilmente cedidas pelos seus autores SARA MATOS e ALEX.
Se fizer click em cima de cada foto poderá vê-las do tamanho do ecrã. E então,,na linha do horizonte,observará nas fotografias 3 e 4,ao centro,as ilhas Estelas e Farilhões;nas fotografias 5 e 6,respectivamente ao centro e à direita,a ilha Berlenga.




sábado, 23 de maio de 2009

O Bastonário da Ordem dos Advogados

António Marinho e Pinto

Meu Caro Colega e Bastonário:
Quando te candidataste sabias que não ia ser fácil ganhar e,ganhando, não terias facilidades em cumprir o teu mandato.Mesmo assim persististe e foste em frente.
No próprio dia das eleições,ainda antes de conhecido o resultado,mas porque já se percebia que que irias ser tu o Bastonário,dois dos teus antecessores -Júdice e Pires de Lima - em comentários televisivos ,não perderam tempo e desferiram contra ti o ataque mais despudorado de que tenho memória. Acho que até santo te chamaram !!
Tiveste a calma suficiente,não lhes deste troco e venceste o primeiro round.
Não te intimidaram e,mesmo nos momentos mais solenes,abertura do ano judicial, perante as mais altas individualidades políticas e judiciais,disseste ao que vinhas, claramente dito.
Creio que não eras tão ingénuo que não soubesses que nós portugueses, somos por norma seres pacíficos,tolerantes e perdoamos tudo,à boa maneira judaico-cristã,especialmente aos nossos inimigos,desculpem, queria dizer adversários.
Só há uma coisa que não perdoamos:que nos tirem a peruca da hipocrisia,que nos atirem com as verdades para cima -por mais evidentes que sejam - e pior que isso,em público ! É que não sei se sabes,as verdades são mais duras e ferem mais que pedras.
Seguiste o caminho que nos prometeste - coisa a que não estamos habituados - e agora ,ainda que o quisesses,não podes voltar atrás.Estás condenado a ir até ao fim,custe o que custar,a ti,a nós e a eles.Esperemos que mais a eles que a ti e a nós.Ao longo de tantos anos ,criámos o malvado hábito de resistir ,resistir ,resistir que para alguma coisa nos há-de agora, e mais uma vez,valer.
O que tu foste fazer:
já não te chegava a animosidade de proeminentes magistrados judiciais,do ministério público,da polícia judiciária,do ministro da justiça,de deputados,de policiais,de Ilustríssimas sociedades de advogados,e sei lá que mais, tinhas ainda que defrontar-te com a mais isenta,pluralista, objectiva, ética comunicação social!
Ainda por cima,uma mulher,uma senhora desprotegida, tímida,humilde, afável,graciosa,cortês,delicada,instruida, formada,educada,competente, ingénua,bem intencionada, ... ,...., .... e ,casada !
Desculpa lá,mas aqui passaste os limites.
A senhora tem alguma culpa de estar no lugar em que está? Se houvesse jornalistas suficientes em Portugal achas que a pobre criatura se sujeitava a fazer aquele triste papel,ao que dizem,tão mal pago ?
Outra coisa em que não estiveste bem foi teres pedido à senhora que te olhasse bem de frente ,olhos nos olhos. Acho eu e muito gente achou isso indecente!Assim como apontares-lhe o dedo,a abanar,abanar,como se quisesses hipnotizá-la.Também falaste alto de mais(devias ter sussurrado )enervaste-te e não era caso para isso,só porque a senhora te quis julgar na praça pública,quer dizer na televisão,o que bem vistas as coisas é um privilégio a que nem todos têm direito,mas tu não percebeste que a senhora estava com boas,direi mesmo ,as melhores intenções.Por mais injusta que fosse a sentença, deverias ter agradecido a benevolência da juíza e teres-te culpado a ti por não teres merecido a absolvição.
Em resumo foste vulgar,nada elegante e isso é um pecado mortal para um advogado que se preze.Razão teve o teu amigo Júdice,que logo a seguir comentou num canal da concorrência," que és gordo,um populista,um Chavez,um Mussolini ".
Ele sim, o Júdice é elegante,fala dos amigos como se fôsse dele próprio,saudoso dos tempos de Coimbra- tu e muitos outros na cadeia por combater o fascismo e ele como bom salazarista a bater palmas a quem vos mandou prender.
Não te esqueças de lhe agradecer.
E prepara-te. O melhor vem a seguir : como falas muito alto,incomodas, estão a fazer-te a cama,pôr-te a dormir,para te calar.
Por estas bandas, a justiça tal como por aí,por todo lado,a justiça vai bem mal e recomenda-se.
Abriste mais uma fenda na muralha do conformismo.Ateaste o direito à indignação contra o jornalismo mercenário ,vamos ver se o exemplo prolifera.
Fico ao teu dispôr no que puder ser-te útil.
Um abraço do Amigo e Colega

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Monopólio partidário (continuação)

Ao Rogério
Ao Anónimo
Ao Antońio
À Lúcia
Vou tentar responder a todos ,sem me alongar muito.
Utilizo o termo independente,sem grande rigor,mas por ser o mais usual em gíria política.Apartidário,seria porventura o mais correcto.Neutral,para mim é aquele que não tem opinião ou não tem opções políticas (ou outras )definidas.
Independente,apartidário,significa tão só que não está inscrito,vinculado a um partido.NÃO SIGNIFICA QUE SEJA CONTRA OS PARTIDOS,NÃO SIGNIFICA QUE NÃO TENHA OPÇÕES POLÍTICAS BEM DEFINIDAS,NÃO SIGNIFICA QUE SEJA AMORFO,QUE NÃO APOIE PARTIDOS,QUE NÃO INTERVENHA POR MÚLTIPLAS FORMAS EM CAUSAS DE INTERESSE PÚBLICO .
Pelo contrário.
O independente é interventivo.Tem opinião e participa.Mas não se sente obrigado a seguir pela arreata dum partido,quando vê ou pensa , que aquilo que lhe propôem não é o caminho
certo .
Há muita política e vida para além da vida partidária!
Seguramente teriamos cidadãos mais conscientes e interventivos se os partidos(todos) em vez de quererem contolar tudo,estimulassem,ouvissem os cidadãos(a começar pelos seus próprios militantes e simpatizantes.
Os partidos sem excepção,burocratizam-se eles próprios.
Entram em pânico quando algum ou alguns militantes assumem interna ou públicamente discordâncias em relação à linha dominante no partido! Veja-se o que se tem passado com todos eles:PSD;CDS; PS;PCP ;BE; ainda tão recentemente !!!!
O independente,não é seguramente melhor ou isento de erros ou defeitos que os que pertencem aos partidos.Está è numa posição que lhe permite muitas vezes ter uma sensibilidade ou opinião mais próxima do ccidadão comum,não limitado pela estrita e quantas vezes estreita visão partidária.
Para quebrar a rigidez,sectarismo,intolerância partidária é necessário que alguém de fora force os partidos a abrirem-se á comunidade.Não basta dizer,entrem nas nossas listas,apoiem-nos,votem em nós.
Basta ver o que se passa actualmente por todo o país,no que toca a eleições autarquicas,nomeadamente em Lisboa, e Alcobaça e sabe-se lá em quantos outros concelhos:a esquerda ,independentes incluidos,tem já cinco candidatos à Camara !!! O PSD esfrega as mãos de contente, è claro!!
Aqui em Alcobaça,só não haverá uma candidatura unitária e ganhadora se os direcções partidárias nacionais,o impedirem,à semelhança do que aconteceu
repetidamente em eleições anteriores.
Se puserem de lado sectarismos sem o menor sentido a nível local,se derem ouvidos aos cidadãos,outro galo cantará!!

21 de Maio de 2009 22:49

Este texto é uma resposta aos comentários feitos pelos pelos amigos Rogério e António Matos ( pela Lúcia Duarte que não tenho o prazer de conhecer e Anónimo ) na minha postagem anterior de 19 de Maio. Por todos eles serem um quanto diferentes mas incisivos,recomendo a sua leitura.


terça-feira, 19 de maio de 2009

O monopólio dos partidos nas eleições

Os partidos não são todos iguais.
E daí?
Não há lugar a correntes de opinião diferentes?
Os partidos esgotam as opções políticas dos cidadãos?
Por que é que os cidadãos se revêem cada vez menos nos partidos existentes?
Por que é que a abstenção é cada vez maior?
As respostas a estas perguntas,cada vez mais insistentes, ainda não foram dadas.
Ou quem ensaiou respostas,não foi convincente.
A verdade é que o descrédito em relação aos partidos aumenta.E, ou se encontram soluções democráticas ou a tentação autoritária ganhará força.Não só em Portugal como eventualmente em muitos outros estados,nomeadamente europeus.Não se deve correr esse risco.
A solução passará,em parte, inevitávelmente,por uma maior responsabilização dos partidos que governam.Não podem continuar impunes quando sistemáticamente burlam o eleitorado! Durante o periodo eleitoral prometem uma coisa e mal chegam ao governo fazem outra.
A título de exemplo: O PSD (durão Barroso) prometeu um choque fiscal -baixa de impostos.E assim ganhou as eleições.A sua primeira medida de governo foi aumentá-los!
Com o PS e Sócrates passou-se o mesmo!
O(s) Presidente(s) da República, Sampaio e Cavaco exigiram-lhes o cumprimento dessas promessas?Claro que não.Foram coniventes com a mentira. Ou não tivessem vindo eles desses mesmos partidos !
A solução passará também, por entre outras alternativas,a de os partidos não deterem em regime de monopólio, a possibilidade de concorrer aos órgãos de soberania e repartirem entre si ,rotativamente,os cargos de estado,empresas públicas e outros tachos.Nomeadamente,o poder judicial,pseudo independente!!
Um partido constitui-se com 5000 assinaturas. A partir daí,pode concorrer a eleições e ter menos votos que esses ,que ninguém lhe retira a qualidade de partido.Continua a poder concorrer,ter tempo de antena ,receber subsídios.
E os cidadãos não inscritos nos partidos,que são nada menos que 95% ?
Actualmente só lhes resta concorrerem á sombra dum partido,para este poder mostrar quanto é abrangente, absterem-se ou votar no que consideram o mal menor.
Não é possível fazer listas de independentse para as legislativas,porquê ?
Para concorrer às eleições autarquicas em listas de independentes é necessário colher antecipadamente mais assinaturas que militantes tem o conjunto dos partidos nessa autarquia. A regra é:tantas assinaturas quanto o resultado encontrado pela fórmula seguinte:númmero de eleitores a dividir pelo triplo de eleitos para cada órgão.
Por exemplo no concelho de Alcobaça: sendo 50 000 eleitores ,serão eleitos sete vereadores para a câmara.Donde 50 000 a dividir por 21 teremos 2380 .
2380 assinaturas para concorrer à câmara como independentes,quando os partidos todos juntos,nem 500 inscritos terão,e para concorrerem basta-lhes os nomes dos que compõem as listas!!!
Alguns partidos em Alcobaça,em eleições passadas obtiveram menos votos do que assinaturas são necessárias para se poder concorrer com uma lista de independentes!!
Se isto não é monopolismo partidário,é pelo menos um grave entorce e atrofia democrática.
Voltaremos ao assunto com outras questões e exemplos.
De momento,reafirmamos:
os partidos têm de devolver-nos parte dos poderes que detêm em exclusivo,hoje,que ontem já era tarde!

domingo, 10 de maio de 2009

Portugal:o regime democrático-partidário-monopolista

Trinta e cinco anos consecutivos de democracia em Portugal ,não é pequena façanha,para um país que nunca antes soube o que isso era,nos seus novecentos anos de história !
Bem vistas as coisas,a democracia é ainda uma criança em práticamente todo o lado onde existe,mesmo nos países que se reclamam de democráticos há mais tempo e onde está mais crescidinha.
Estados há em que a dita , ainda nem sequer nasceu.
Não admira pois,que em Portugal não tenhamos um regime democrático perfeito ou perto disso.
A democracia ,em boa verdade,tarde ou nunca será perfeita,pois quanta mais temos,mais necessitamos,mais exigentes somos e seremos no futuro.
Democracia e liberdade(s) não é só votar nos partidos ,de tempos a tempos,para eleger governantes.
Queremos mais ,muito mais !
Para só falar de um aspecto mas muito importante ,há que reconhecer sem hesitações,que os partidos em Portugal,têm tido um papel imprescindível no desenvolvimento e consolidação da democracia.
Porém,nada justifica que decorridos 35 anos,se tenham tornado verdadeiros monopólios do poder de iniciativa,participação e exercício do poder, práticamente a todos os níveis.
Quem não pertence ou não diz amén a um partido, tem menos hipóteses de se fazer ouvir ou participar da coisa pública que de fazer passar um elefante pelo
buraco duma agulha ou,modernamente,ser totalista no euromilhões!
Os cidadãos inscritos no conjunto dos partidos portugueses não são,porventura, mais que 200 mil numa população de 10 000 000. E dentre os inscritos,não serão mais que 20 000 a participar regularmente nas actividades partidárias e destes,com toda a certeza, são em número muitíssimo menor os que
participam na tomada das decisões mais importantes de todos eles.
Contas feitas e na melhor das hipóteses :
só um em cada cinquenta cidadãos está inscrito num partido;
só um em cada quinhentos participará regularmente nalguma actividade partidária.
E,como toda a gente sabe,as decisões mais importantes ,são tomadas em cada partido,por elementos dos órgãos de direçcão,o que reduz os decisores político-partidários a um número insignificante da população portuguesa.
As leis feitas por estes mesmos partidos que regulam o direito do cidadão poder, por exemplo, candidatar-se como independente em eleições aos órgãos de soberania, na prática,em vez de possibilitar ,impedem;em vez de facilitar e estimular uma democracia participada, inibem e dificultam.
Os partidos monopolizam a actividade política e não só !Não abrem mão dos seus injustificáveis(actualmente) privilégios.
O resultado é o seu descrédito e a abstenção crescentes.
Por isso,senhores partidos: vão ter que nos devolver parte desses poderes ! Hoje,porque ontem já era tarde !

domingo, 3 de maio de 2009

Vital Moreira e a demagogia

O Vital Moreira foi agredido na manifestação do 1º de Maio em Lisboa,promovida pela CGTP.
O que as imagens televisivas mostram é que foram um ou dois indivíduos (entre muitos milhares de manifestantes) exaltados,que o fizeram.Vários outros que se encontravam próximos,tentaram impedi-los e até criaram uma barreira de protecção para que ele pudesse sair sem mais incómodos.
Óbviamente,tais actos de sectarismo e intolerância são lamentáveis e inadmissiveis, em democracia. Mesmo sendo actos isolados e incontroláveis ,como parece ter sido o caso.
Porém,isso não justifica que Vital e o Partido Socialista partam daí para atribuir
a culpa do sucedido ao PCP e à CGTP.
Quando o fazem e como o fazem(ver blog Causa Nossa) estão a ser tanto ou mais sectários e divisionistas quanto aqueles a quem acusam.
Temos ainda na memória o que aconteceu na Marinha Grande ,há cerca de vinte anos,na campanha eleitoral para as presidenciais,em que Mário Soares sofreu ataque idêntico.O resultado foi o que se viu.
O PS parece que precisa de estímulo idêntico para as eleições que se avizinham,o que até se compreende devido á sua política desastrosa em vários domínios.
O Vital Moreira, pelo contrário,por uma questão de coerência mínima,deveria afirmar-se pelo seu próprio valor (que tem e lhe é amplamente reconhecido) e não,embarcar na demagogia barata que o PS lhe serve oportunistica e abundantemente.
O que valeu na altura,a Soares, pode muito bem virar-se agora , contra o Vital.
Esperemos ,para ver .