quarta-feira, 4 de agosto de 2010

nove horas em dois centros comerciais

Hoje,3 de agosto,fica na minha lista de recordes:pela primeira vez na vida,fui ver um filme,Contraluz,a uma hora impensável para ver cinema,às 15h e 30m.Foi em Leiria,num centro comercial fantasma.A maior parte do edifício está desocupado,vazio,sem um única loja instalada.Só funcionam na cave,dois bares e algumas salas de cinema.Muito pouca gente.A ver o filme estávamos dez pessoas.À saída vi mais umas dez ou quinze a chegar.
Não faço ideia do porquê desta situação.Talvez pela localização,que me parece completamente inadequada.Para se lá chegar e sair,dão-se voltas e mais voltas e o mais fácil é enganar-mo-nos.
De rota batida,fui ter a outro centro comercial,também em Leiria.Este bastante conhecido e frequentado,recentemente aumentado e remodelado.
Onde há vinte e poucos anos era uma quinta,com casa de família,instalações agrícolas e uma grande vinha,está agora instalado um monolito de betão,sem graça,não obstante o evidente propósito dos arquitectos em quebrar a monotonia das paredes-muralhas.
Por dentro é ondulante,luminoso,agradável.Nada de especial.O melhor é o espaço da livraria,música,video e informática correlativa.A livraria em si,é razoável,mas também nada de especial.O trivial bem apresentado.Poucos clientes,como aliás práticamente em todas as outras lojas,à excepção do supermercado e à hora de jantar nos restaurantes.Refeições baratas,ligeiras,com bom aspecto,apetitosas,para quem aprecia o género.
Entre as 16 e as 22h almocei ,jantei,fiz umas pequenas compras,deambulei.Seis horas num centro comercial,mais um recorde pessoal.
O que mais me surpreendeu foi a enorme quantidade de pessoas que ao longo deste tempo por ali passou e permaneceu.Os parques de estacionamento,interiores e exteriores estiveram permanentemente cheios.A avaliar pelo movimento que vi nas lojas,para além das compras o grande móbil da afluência aos grandes centros comerciais é de natureza social.As pessoas gostam de se mostrar em grandes palcos a grandes plateias,de estar onde as outras estão e vão com o mesmo objectivo.Aos centros comerciais vai-se comprar produtos e vender solidão.São passerelles onde cada um desfila para os demais.Muitos jovens.Uns a trabalhar.A maior parte, ponto de encontro,a namorar.
Não admira,os cafés,restaurantes e comércio na cidade são cada vez menos frequentados.Abrem e fecham a uma velocidade cada vez maior.
Por mim,os recordes que hoje alcancei,vão manter-se por muitos e longos anos,espero.

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