sábado, 15 de maio de 2010

Baltazar Garzon

Um Juiz incómodo

Em Espanha como em Portugal,a justiça não levou à barra dos trbunais os crimes do fascismo.
Os aparelhos de Estado mantiveram-se com algumas ligeiras mexidas nas cúpulas.Os aparelhos judiciários ficaram incólumes.
As classes políticas emergentes, temerosas da revolução popular,trataram de se acomodar o mais rápidamente possível nas cadeiras do poder e apagar a memória do passado.
Mas o passado continua teimosamente presente ,na memória das suas vítimas.
Em Espanha mais que em Portugal.A ditadura franquista foi bem mais violenta,chegou ao poder e mudou o regime por via duma guerra civil cruel,sangrenta,abominável.
A ditadura franquista teve o cuidado de se auto-amnistiar:Franco escolheu seu sucessor,o Rei.
Aceite ou tolerado este (mas não eleito pelo povo),julgar os crimes de usurpação do poder,de guerra e contra a humanidade praticados pelo franquismo,passou a ser uma impossibilidade política,mais que legal.
Os crimes contra a humanidade não prescrevem,por mais que os amnistiem.
Os juizes em todo o mundo,quase sempre preferem acobertar-se com as amnistias ou falta de lei nacional expressa, que afrontarem o poder instituido no momento.
Baltazar Garzon é excepção. Honrosa.
Baltazar Garzon é (esperemos que seja) a última vítima da ditadura e da justiça franquistas.

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