quinta-feira, 30 de abril de 2009

Justiça (5)

O presidente do sindicato dos magistrados do ministério público,João Palma,mal acabou de ser eleito,a primeira declaração pública que fez, foi a de que queria uma conferência com o Presidente da República para lhe comunicar as pressões que estavam a ser feitas sobre os magistrados do ministério público que investigam o caso Freeport. Só ao Presidente da República as comunicaria.
A dita conferência ocorreu ontem.
O que lá foi dito ,não se sabe.
Há aqui qualquer coisa de estranho,que não bate certo.
A primeira : como è que ele ainda antes de ser eleito,teve conhecimento das ditas pressões ?
A segunda :quem o informou ?
A terceira :a que título foi informado ?
Quarta:quem o informou a ele,porque razão não informou o Procurador Geral da República.
Quinta :ou terá recorrido a ele, porque foi informado o Procurador Geral e este não ligou peva ao assunto?
Sexta:se só comunica ao Presidente da Repùblica e não ao Procurador Geral,seu máximo superior hierárquico,é porque não confia nele,isto é,desconfia dele.
Sétima:se não confia nele,qual a razão?
Oitava:não tinham os investigadores que terão sido pressionados a obrigação de participar por escrito,criminalmente contra aqueles que os pressionaram?
Nona :fizeram-no?
Décima:se o não fizeram, a entidade competente para denunciarem as pressões era um candidato a presidente do sindicato?
Décima primeira:não haverá aqui mais uma violação do segredo de justiça?
Décima segunda: ou o presidente do sindicato tem razão para não confiar no Procurador Geral da República ou não tem.Em qualquer dos casos ,quanto tempo vamos ter de esperar para vermos um ou outro como arguido ou com processo disciplinar?
Décima terceira: até quando ,acreditará o cidadão na justiça feita por estes interpretes ?

1 comentário:

ANTONIO DELGADO disse...

Décima terceira: até quando ,acreditará o cidadão na justiça feita por estes interpretes ?

Esta é que é grande questão, mas penso que os cidadãos já não acreditam, porque efectivamente não há justiça.A justiça é mesmo considerada por alguns como o principal pilar da democracia (Rawls). Ora como o flisberto demostra "psicologisando" uma questão, com tantas perguntas para afinar a responsabilidade, parece que a noção da responsabilidade juridica é posta em causa e perdeu-se o objectivo. Parece que a instauração do 25 de abril , segundo alguns especialistas, instalou uma dinamica de entraves que dão força a inercias e lentidões que se pode duvidar da existencia de uma verdadeira dinamica jurica...mas é uma opinião.

um abraço
antónio Delgado