quarta-feira, 9 de junho de 2010

Doentes talvez, mas não tanto…

De repente, a febre de que vínhamos padecendo, e nos fazia por dá cá aquela palha dizer mal, responsabilizar e chamar no mínimo, mentirosos os nossos responsáveis e políticos foi-se. Subitamente, sem que quase déssemos por tal, essa doença desapareceu. Uma cura milagrosa!? Quem é que hoje ainda acredita em milagres?

Recordarão muitos de nós, creio eu, que em tempos não longínquos para nos livrarem daquela mesma doença do mal dizer ou mesmo pensar, existia um remédio a que chamávamos o ópio do povo, fabricado com dois ingredientes base - futebol e Fátima. Pensando, não muito, no que se está a passar entre nós, afigura-se-me fácil diagnosticar qual o remédio que recentemente actua sobre a generalidade do nosso povo.
Vejamos. A loucura, os exageros da vinda do Papa, seguida da loucura e exageros do actual mundial não deixam a mínima dúvida. São, como o eram anteriormente, a mais perfeita e completa coincidência de doença e cura. As bandeirinhas, os noticiários, os feriados. Tudo se encaixa. Ah!, agora temos cornetas. Quase, quase ébrios.
No final, o Papa foi-se e não resolveu a crise, havendo até quem afirme tê-la agravado gastando o que restava do ouro na cobertura do micro. Quanto aos pequerruchos, que lá por terras de Mandela “nos representam”, terminado o “trabalho”, como referia o Expresso, partirão tal como chegaram, nos seus helicópteros, nos seus jactos e nos seus maseratis particulares. O que nos deixarão!? sem dúvida a crise, e conforme tudo indica, mais agravada.

Então, de novo e inexplicavelmente, seremos assolados pela maldita febre de mal dizer, e actuaremos em conformidade, tratando os políticos e não só pelos próprios nomes. Enfim sós, ficaremos de novo doentes, porque o futebol está de férias e o Papa está em Roma.

Questiono-me porém se na realidade estaremos doentes, ou de melhor saúde? Seguramente mais tristes. Mas seguramente mais sóbrios, e nem que seja só por isso, seguramente mais saudáveis. Sem ópio.

1 comentário:

Felisberto Matos disse...

meu caro:
já cá fazias falta.
Manda mais.Uns conselhos do Compaheiro de Campo(do Crisopa) também seriam bem-vindos.
Um abraço