segunda-feira, 21 de junho de 2010

A sé da Guarda ou de Espanha nem bom vento nem bom casamento

Por vezes a conjuntura põe-nos de costas voltadas.Famílias desavindas sem uma boa razão,amigos que viram inimigos sem saber porquê,guerras cruéis,sangrentas ,intermináveis por causas mesquinhas ou ridículas,ódios que se herdam de geração em geração para manter a tradição.Os governos dos povos ,ao longo da(s) sua(s) história(s) mostraram-se quase sempre tão estúpidos e alheios aos interesses das pessoas que governavam que nem os consideravam pessoas.Mandavam-nos para a morte com o mesmo àvontade com que se mandam hoje as mais diversas espécies de animais para o matadouro.
Estou a falar do passado,mas na verdade ainda hoje a "história" não é muito diferente.A côr da pele,a religião,as ideias,os diamantes,ouro,petróleo,outros minérios e bugigangas que alimentam a vaidade e ganância dos poderosos,trazem o mundo em pé de guerra.
"A gota de Mel " de Leon Chancerel,peça de teatro que se lê ou representa em cinco minutos, deveria ser leitura obrigatória nas escolas ao longo de toda a vida escolar,da primária à universidade e especialmente deveria ser um preâmbulo de todas as leis constitucionais de todos os estados.Presidentes da república e governantes só deveriam tomar posse depois de a declamarem em público.
Vem isto a propósito ou despropósito da morte de Saramago,casado com a espanhola Pilar.Um dos mais belos exemplos(de amor),nos dias que correm,de como a história oficiosa,ao longo de muitas gerações, não é boa conselheira:
De Espanha nem bom vento nem bom casamento.
O ódio intermitente,interesseiro e mercenário das famílias reais e nobres(mas não dos povos,que sempre se borrifaram para isso)marcou a história da peninsula ibérica.Pedro e Inês, as vítimas emblemáticas da tragédia.
Ódio vindo dos primórdios da nacionalidade,foi cultivado na pedra,no granito rijo da beira alta.
A sé da Guarda documenta o que foi essa política.Uma das gárgulas viradas para oriente é um cu a cagar para Espanha.

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